Tenho me sentido tão sozinha. Parte de mim quer voltar pra casa, abraçar os pais, o irmão. Na verdade essa parte quer muito isso, estar no aconchego da família. Mas, a outra parte me diz pra ficar, pra ser forte.
Sem amigos, em uma cidade que é enorme e me engole tão de repente. Quando ainda estava rodeada deles, eu sabia que para qualquer desespero que surgisse eu teria um abraço apertado para me confortar. Aqui pareço uma formiguinha, acuada, tentando achar o próprio formigueiro. Sinto-me deslocada. Que novidade não! Logo eu me sentindo assim pra variar.
Sinto-me aos pedaços. Completamente aos cacos. Implorando para que colem o que conseguirem juntar. Apoiando-me totalmente em uma pessoa só. Talvez até sufocando-a sem querer. Estou apenas tentando ser melhor. Nunca com intenções ruins. Mas, sou um ser humano e erro também. E peço perdão por meus erros.
Eu só não sei lidar com essa sensação dentro do peito. Medo. Saudade. Tendo que ser forte e chorar escondido para não incomodar ninguém. Tendo que deixar parte de mim escondida.
A verdade é que não estou sendo inteiramente eu. Estou sendo apenas, uma parte de mim. Uma parte que as pessoas esperam que eu seja. Eu por eu mesma converso sozinha de assuntos que ninguém entende, para tentar manter-me inteira pelo menos vez em quando. Eu por eu mesma, me afogo em recordações e músicas. Textos e fotos. Tentando suprir a necessidade de sentir-me inteira de novo. E brigo comigo diariamente por ser desse jeito. Mas, vou me aceitando assim, com falhas e aos pedaços, para um dia poder ser plena.
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