Precisei quase morer pra dar valor as coisas simples da vida
Lembro com lucidez de cada detalhe do acidente que sofri em julho de 2010. um carro atravessou bem na nossa frente, e vinhamos em alta velocidade (eu e meu pai). Me recordo do carro vindo em nossa direção e o barulho ensurdecedor da freada e de vidro quebrando. Não sei como sobrevivemos. Só sei que a parti desse dia redescobri o valor de viver ao lado das pessoas que amo.
Minha mãe sofreu um pouco na minha mão, eu tenho uma vida meio louca, de baladas com os amigos e namorado da vez e não queria saber de sermão. Aliás, dicultíamos por tudo. O resultado disso foi um distanciamento cada vez maior entre nós, até o acidente.
Naquele domingo de 27/07 eu e meu pai saiamos apresadamente para uma festa, meu primo pediu para que eu não fosse, mas não dei ouvidos. Também ignorei a angústia que senti no dia anterior. um aperto que se repetiu minutos antes do acidente.
Enquanto o sinal estava aberto para nós, ele passou bem na nossa frente. Não deu tempo de nada e... batemos bem na lateral do carro. foi tudo muito rápido. Voei muito alto... passei por cima do carro e cai numa distancia muito grande de onde aconteceu o acidente, quando cai ouvi muita gente gritando "morreu". Na hora pensei em mil coisas, em poucos minutos minha vida passou num flash back. Não tinha noção do que estava acontecendo mais sabia que estava entre a vida e a morte. Foi numa avenida muito movimentada, por sorte o sinal tava vermelho de onde eu cai. Tentei me levantar para procurar o meu pai, mais não consegui o mundo girou e tudo escureceu, cai quase desacordada no chão. No mesmo instante que caio o meu celular no bolso toca (era a minha irmã preocupada), e acho que foi o que me fez ficar acordada, quando abro o olho vejo meu pai em pé a minha procura e logo se senta com uma fratura exposta no braço pra fora. Minha perna doia muito e não conseguia mexer, fiquei muito assustada. o socorro veio de imediato. Na ambulância tive os primeiros socorros, chorava muito de dor, e a cada chaqualhada que a ambulância dava aumentava ainda mais. Naquele momento queria ter perdido a conciência para não sentir tanta dor. Quando chego ao hospital fiquei muito nervosa porque não via ninguém conhecido, me senti muito só no meio de tanta gente ao meu redor, perguntava pelo meu pai a todos que vinha me atender, mais ninguém me dava resposta, a minha angustia cada vez mais aumentando. Quando me levaram pra sala d raio x me encontrei com ele... foi um grande alivio. Ao sair da sala encontrei a minha mãe com os olhos inchados de tanto chorar. lembro da felicidade que senti ao vê-la. Ela veio me abraçar e me pedir desculpas por tudo (que coisa! eu era que deveria ta fazendo isso), choramos juntas. Logo vi alguns rostos conhecido dos meus familiares e amigos, isso me deixou bem mais aliviada e me senti amada.
Recebi alta e fui pra casa, na saída do hospital vendo todas as pessoas que eu amo a minha espera, tive a certeza do valor imenso da minha familia. Nossa como eu amo aquelas pessoas!! Quando chego em casa logo algumas pessoas se prontificaram a cuidar de mim. Afinal, eu estava nas condições de um bebê: precisava de banho, comida, de frauda. Eu era carregada de um canto a outro nos braços, foi um periodo muito dificil pra mim, logo eu que sempre dizia que não queria ficar velha pra não depender de ninguém, e nem precisei envelhecer. Nesse tempo tive que reaprender tudo: a mexer a perna, a andar, tomar banho... Todo esse precesso foi doloroso, mais muito gratificante.
Nunca me revoltei contra DEUS ou contra o motorista que causou o acidente. Ele fugiu na hora mais foi pego logo em seguida pela policia e nunca perguntou de mim ou do meu pai. Abrimos um processo contra esse motorista, mas até agora não tivemos retorno. Só quero justiça: Ele precisa aprender a respeitar a vida dos demais.
Também tirei muitas lições desse acidente. É louco pensar que precisei passar por um choque desses para enxergar a fragilidade e o valor da vida. Agradeço a todos que me ajudaram nessa hora dificil da minha vida, aos que sempre chegava na hora certinha pra me dar banho, pra saber se eu tava precisando de alguma coisa, pra simplesmente me visitar e saber como eu estava, nesse periodo descobri quem são os meus verdadeiros amigos, quem realmente me ama. Aproveito cada minuto do meu dia e agradeço por ter o privilégio de estar viva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário